Esse blog é um trabalho de literatura, feito pelas alunas Adyellen Alves e Hemilly Monteiro, à pedido da professora Rosineide, da escola Luiz Rodolfo de Araújo Jr.
quinta-feira, 31 de maio de 2012
A revira-volta da minha vida
O ano de 1929 foi o pior de minha vida, a começar pelo sonho do irresponsável Washington Luís, presidente e tambem padrinho de meu casamento. Ele tentou estabelecer um padrão-ouro no Brasil; Sendo que, esse plano não deu certo e resultou numa crise onde tive as finanças abaladas e sofri uma reviravolta na vida.
Anos antes me casei com Tarsila do Amaral, que me presentou no meu aniversario, em 1928, com um quadro, lindo, pintado em óleo. A tela impressionou-me profundamente e, também, a Raul Bopp, e a batizamos de ABAPORU que em tupi significa: aba= homem, pora= gente e ú = comer ("homem que come gente").A escolha do nome foi uma referência à antropofagia modernista.
O Manifesto Antropófago foi um Movimento Literário, em 1926, escrito por mim. Foi lido em 1928 para meus amigos na casa de Mário e publicado na Revista de Antropofagia,que ajudei a fundar junto com Raul Bopp e Antônio de Alcântara Machado.
O movimento propunha que o Brasil devorasse a cultura estrangeira e criasse uma cultura revolucionária própria. Assim fez Mário de Andrade em "Macunaíma" (1928) e Raul Bopp em "Cobra Norato" (1931).
Esse manifesto foi mais político que o anterior, o da Poesia Pau-Brasil, com o uso de uma "língua literária" "não-catequizada". Busquei fundamentação filosófica para a antropofagia, liguei-a a Nietzsche, Engels, Bachofen, Briffault e outros autores, até escrevi a respeito de algumas teses, como a Decadência da Filosofia Messiânica, incluindo em A Utopia Antropofágica e outras utopias.
Fui muito feliz ao lado desta grande mulher. Em 1929, nas palavras de Raul Bopp, “a arca antropofágica encalhou”. E se as coisas não caminhavam bem para o Modernismo, também entre mim e Tarsila a vida começou a desabar.Separei-me dela neste mesmo ano e rompi com Mário de Andrade, por motivos intimos e pessoais de sua escolha sexsual, e tambem com Paulo Prado.
Patrícia Galvão, a polêmica Pagu (apelido carinhoso dado por Raul Bopp), na época com 18 anos, era presença constante no nosso dia-a-dia.Cercada de mimos, acompanhava-nos em bailes, teatros e reuniões.Deste convívio nasceu um romance entre Pagu e eu, e ao separar-me de tarsila casei com a jovem. A cerimônia aconteceu em 15 de janeiro de 1930 no Cemitério da Consolação, em São Paulo, em frente ao túmulo de minha família, na rua 17, número 17 do cemitério, mas foi apenas simbólica. Mais tarde a união foi confirmada na igreja da Penha, na zona leste paulistana. Dessa união nasceu Rudá, meu segundo filho.
Passei a militar no Partido Comunista Brasileiro (PCB). Pagu e eu fundamos o jornal “O Homem do Povo”, onde ela fazia tiras de quadrinhos para o jornal e tornou-se um Ícone feminista brasileiro.
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1935 pagu foi presa em Paris como comunista estrangeira, com a identidade de Leonnie, e repatriada para o Brasil; começou a trabalhar no jornal 'A Platéia' e nos separamos definitivamente.
Minha vida a parti dai resumi-se a novos amores e separações, a grandes mudanças em minha vida e inumeras publicaçoes literárias.
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